Congratulações ao Casal Real William e Kate!

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quarta-feira, fevereiro 26, 2014

IMPÉRIO DA ESCURIDÃO - OS PAPAS ACIMA DE DEUS

"Vamos uma vez falar de papas sem papas na língua. O poder dos papas na Idade Média alcançou uma magnitude dificilmente avaliável nos dias de hoje. Basta lembrar que o papa Bonifácio VIII, em seu curto reinado de 1294 a 1303, sentiu-se muito à vontade para emitir uma bula liberando os clérigos de impostos, e uma outra onde declarava que o poder espiritual e temporal dos papas era superior ao dos reis... O poeta Dante visitou Roma durante o seu reinado e parece não ter comungado dessa opinião, pois logo depois descreveu o Vaticano como “esgoto da corrupção”. No século XIII, o pontífice romano dispunha de mais vassalos feudais do que qualquer outro suserano, e a lei canônica era aplicada indistintamente a todos os países cristãos do continente europeu. Qualquer súdito suspeito de heresia era taxado por Roma não apenas de inimigo da fé, mas de “inimigo da sociedade”!
O poder do papa era tão imenso nesse período, que acabou dando origem ao chamado “Grande Cisma”, o qual manteve a Igreja dividida entre os anos de 1378 a 1417. O que aconteceu foi que o papa eleito em 1378, Urbano VI, se opôs aos cardeais não italianos, que, devido a isso, resolveram eleger por conta própria um outro papa, Clemente VII, suíço de nascimento. Urbano VI era apoiado pela Inglaterra, Polônia, Dinamarca e Suécia, enquanto que Clemente VII contava com o apoio da França, Escócia e países ibéricos. A sede de Urbano VI era Roma, a de Clemente VII a cidade de Avignon, na França. Nessa época, todo europeu encontrava-se excomungado pelo papa a cujo pálio não se submetia, e cada lado acusava o outro de ter o Anticristo como chefe. Com o propósito de resolver o impasse, visto ter fracassada uma singela tentativa de solução pelas armas, o Concílio de Pisa, com apoio da Universidade de Paris, elegeu o papa Alexandre V em 1409, que não pôde resolver o caso porque inoportunamente morreu logo em seguida, tendo sido substituído pelo primeiro João XXIII.

Embora declarados ilegítimos pelo Concílio, os dois papas anteriores, o de Roma e o de Avignon, mantiveram-se firmes em seus postos, de modo que a Igreja passou a contar nessa época com três Vigários de Cristo a zelar pela doutrina, cada qual se esmerando em anátemas e excomunhões. Durante alguns anos, as salvas dos tríplices anátemas papais cruzaram a Europa de ponta a ponta, qual mísseis medievais, municiados com ogivas de ignorância e estupidez, escurecendo ainda mais os céus já cinzentos da tenebrosa Idade Média papista. O conflito só serenou quando o Concílio de Constança (1415 - 1418) se reuniu e depôs os três papas briguentos, elegendo um quarto, Martinho V, daí novamente o único pontífice universal, reconhecido por todos, e com isso a pax romana retornou ao seio da Igreja de Roma.

O termo pontífice provém do vocábulo pontifex - “construtor de pontes”, título sacerdotal usado nos ritos pagãos da Roma antiga, designando aquele que, por seu ofício de sacerdote, formava o elo ou ponte entre a vida na Terra e no Além . A forma pontifex maximus (sumo pontífice) era uma das expressões do culto divino dirigido ao imperador romano, e apenas a este. Unicamente o imperador era o pontifex maximus. Essa denominação foi surrupiada pelo papado pouco depois do seu início, na gestão de Leão I, chefe da Igreja entre os anos 440 e 461. Foi ele quem deu início à concorrida linhagem de césares papais ao tomar para si o título de “sumo pontífice”, encantado com a magnificência do rótulo. Com isso desejava mostrar que, como bispo de Roma, tinha natural jurisdição sobre as demais comunidades cristãs. Segundo sua opinião, “uma vez que Pedro fora o primeiro dentre os apóstolos, a Igreja de São Pedro deveria receber primazia entre as igrejas.” Leão I queria, leoninamente, ser considerado o primo inter pares - “primeiro entre os iguais”. Podemos então afirmar que o Império Romano nunca se extinguiu de fato, mas continuou existindo, inclusive sob esse mesmo nome, até a idade moderna. A única diferença é que seus súditos e vassalos não eram mais constrangidos pela lança e os louros do imperador, mas pelo báculo e a mitra do bispo de Roma. Quase nada mudou. O costume de manter arquivos papais deriva da prática imperial romana, e o transporte do papa no alto, na chamada sedia gestatoria, é igualmente um meio de transporte oriundo da Roma antiga. Mesmo o Código de Direito Canônico foi inspirado no Direito Romano.

Até recentemente, qualquer um que não comungasse da fé católica tornava-se efetivamente um novo “bárbaro” aos olhos da Igreja e do mundo ocidental. E tal como seu antecessor, o atual Império Romano da Igreja, fundado em concepções errôneas das palavras de Cristo, foi igualmente conservado pelo medo e expandido pela força. O termo “papa” é formado pela junção das primeiras sílabas de duas palavra latinas: pater patrum - “pai dos pais”. A própria História comprova como muitos papas - os “pais dos pais” da Igreja - mandaram utilizar paternalmente o punhal e o veneno, contra seus próprios pares, na consecução de objetivos puramente terrenais.

Quem inaugurou, ou melhor, foi inaugurado no estilo de morte papal por envenenamento foi João VIII, assassinado no remoto ano de 882. Cerca de dez anos depois foi a vez do papa Formoso ser misteriosamente envenenado na Santa Sé. Seu sucessor, Estêvão VII, aparentemente incomodado com esse rápido falecimento enigmático, fez questão de exumar o corpo do papa morto, excomungá-lo solenemente com as vestes pontificais, mutilá-lo, arrastá-lo pelas ruas de Roma e lançá-lo no rio Tibre. O misericordioso Estêvão VII acabou morrendo pouco depois, trucidado pelo povo. Em 904 o papa Leão V foi assassinado pelo seu sucessor, Sérgio III, que já havia tentado antes se apoderar do trono pontifício, sem sucesso. Poucos anos mais tarde, o papa João X foi envenenado pela filha de sua amante, essa última mãe de seu sucessor, João XI. O papa João XI foi liquidado em 936. Em fins do século XIII, o papa Celestino V foi envenenado pelo seu sucessor, Bonifácio VIII. Especial destaque homicida merece ser dado ao papa Alexandre VI, um sátrapa que ascendeu ao trono pontifício no ano de 1492 e logo cuidou de transformar o palácio papal um bordel. Seu tristemente célebre reinado de terror ficou marcado tanto pelo punhal como pelo veneno, freqüentemente utilizados por seus correligionários, com grande habilidade, para abrir caminho nas fileiras dos opositores. Traições sucessivas, luta de facínoras pelo poder, sangue derramado aos borbotões - tal é o enredo secular da história dos papas.

Em relação a outros temas o currículo deles não é melhor. Os catálogos feitos para provar a ligação ininterrupta dos papas desde o início do cristianismo são falsificações, reconhecidas hoje, inclusive, por membros honestos do clero. Baseiam-se na chamada “Doação de Constantino” e nas “Pseudo-decretais”, documentos forjados no século IX e impingidos ao povo como “provas” da transferência da autoridade papal aos ocupantes da cadeira de Pedro desde a época do imperador romano Constantino, no século III. A Doação de Constantino é uma carta forjada desse imperador, que teria sido dirigida ao papa Silvestre I em 30 de março de 315, na qual lhe concede autoridade sobre todos os episcopados existentes, doando-lhe o palácio de Latrão, as insígnias e os poderes imperiais romanos, não só sobre a Itália como sobre todas as demais províncias do Império.

Não se sabe o que Silvestre I pensou ao ganhar de presente um certo patriarcado de Constantinopla, citado textualmente na “Doação”, mas que ainda não existia no ano de 315... A Igreja de Roma afirmava que Constantino havia depositado seu documento de “Doação” sobre o cadáver de S. Pedro, como uma oferta pessoal ao primeiro dos papas. Há também um outro documento falsificado, atribuído a Clemente I, papa de 88 a 97, segundo o qual o apóstolo Pedro lhe teria dito que o bispo de Roma detinha o poder de abrir e fechar os portões do Paraíso. Já a comprovação “espiritual” da ligação dos papas com Cristo, cabeça da Igreja, foi pespegada aos católicos com o dogma da infalibilidade papal, decretado durante o Concílio Vaticano I, no século XIX. Os bispos reunidos nesse Concílio chegaram até a ter uma oportunidade de rejeitar essa loucura blasfema, mas preferiram recuar. Numa das reuniões para debater o assunto da infalibilidade, uma tempestade desabou sobre a Basílica de S. Pedro. Amplificada pelo interior acústico da Basílica, uma trovoada acabou quebrando uma das janelas mais altas. Esse incidente, relatado pelo jornal londrino The Times, assustou sobremaneira alguns dos dignitários ali reunidos, que concluíram tratar-se de um sinal claro de que era errado o que pretendiam fazer.

No entanto, essa opinião não prevaleceu, o episódio foi rapidamente abafado e os papas tornaram-se dali em diante infalíveis em questões de fé e moral, preservados pelo Senhor de quaisquer erros. Também a prepotência espiritual da casta papal ainda está para ser avaliada, em sua real magnitude, por historiadores independentes. No início eles se denominavam vigários de Pedro, mas não demorou a serem promovidos a vigários de Cristo. O papa Gelásio I, redator do primeiro catálogo de livros proibidos pela Igreja, foi quem iniciou, já no século V, a longa série de desvarios pontifícios com sua “teoria das duas espadas”. De acordo com essa tese, dos dois poderes legítimos que o Criador teria outorgado para o governo no mundo, o poder espiritual - representado pelo papa - sempre teria supremacia sobre o poder secular. No século XI, o papa Gregório VII proclamou a absoluta perfeição da Igreja de Roma: “A Igreja nunca errou, nem jamais errará, segundo as Escrituras”, esclareceu. Como testemunho dessa perfeição doutrinária, e para justificar o solene culto em latim, o qual sempre foi completamente ininteligível para qualquer fiel, esse papa emitiu uma bula declarando “ser agradável ao Onipotente que Seu culto fosse celebrado em língua desconhecida, e que muitos males e heresias haviam surgido por não se observar essa regra.” Gregório VII deliberou calmamente que todos os príncipes deveriam beijar os pés do papa, e que um apelo à corte pontifícia teria total preponderância sobre os julgamentos de qualquer outro tribunal terreno. Na sua opinião, o papa era automaticamente feito santo, pelos méritos de São Pedro. Seu colega de profissão, Bonifácio VIII, também não corou ao explicar o papel do papa na salvação das almas humanas: “Declaramos, afirmamos, definimos e pronunciamos que é totalmente necessária à salvação de toda criatura humana sua sujeição ao pontífice romano.” (*) O catecismo do Concílio de Trento respaldou indiretamente essa opinião de Bonifácio VIII, ao definir a Igreja como “corpo de todos os fiéis que até agora vivem na Terra, com uma cabeça invisível, Cristo, e uma cabeça visível, o sucessor de Pedro, que ocupa a Sede Romana.”

Pouco depois dessa declaração, Inocêncio III conseguiu sobrepujar por larguíssima margem a arrogância de seus predecessores quando, num incontido arroubo de modéstia pontifícia, anunciou ao mundo que “o pontífice romano é o representante sobre a Terra não de um mero homem, senão do próprio Deus.” Essa opinião se manteve nos séculos seguintes. Segundo a escritora Ellen White, até o ano de 1612 ainda era possível encontrar documentos eclesiásticos onde se lia o intróito: Dominum Deum Nostrum Papam - Nosso Senhor Deus o Papa. Agora me pergunto: Qual a diferença entre esse ensandecido Inocêncio III e o desvairado Domiciano, imperador de 51 a 96 d.C, que exigia de seus súditos o tratamento de “Senhor e deus”? Ou de sacripantas como Calígula e Nero, que também declararam em vida sua origem divina? O terceiro Inocêncio da Igreja, divindade de veneta aqui na Terra, já havia condenado numa desaforada bula as tímidas iniciativas de tradução da Bíblia, ameaçando de morte “qualquer simplório e ignorante que tivesse a audácia de tocar na sublimidade da santa Escritura ou de pregá-la a outrem”. Foi ele também quem pronunciou a desairosa máxima: “fora da Igreja não há salvação”, durante o Concílio Latrão IV, em 1215, pouco depois de declarar ser Maomé o Anticristo.

Com um caráter assim tão pouco ecumênico, logo sentiu-se encorajado a perseguir os albigenses ou cátaros, um grupo cristão dissidente que surgiu na França no século XII, que rejeitava totalmente o culto aos santos, os dogmas da ressurreição da carne, do nascimento virginal de Jesus e de sua presença real na eucaristia. Durante a perseguição, como que tocado por um lampejo de caridade cristã, o inocente Inocêncio III ordenou a seus sequazes: “Se necessário, suprimi-os com a espada!” O mefistofélico Inocêncio III não foi, porém, o único papa a desautorizar a leitura da Bíblia em língua vernácula. No século XVI, o papa Paulo IV emitiu uma bula em que excomungava quem fizesse uso de qualquer tradução da Bíblia. Algumas décadas depois, Paulo V colocou a seguinte observação ao lado da lista de Bíblias em vernáculo constantes do Índice de Livros Proibidos da Igreja - o Index Librorum Prohibitorum: “Não se pode ler, imprimir-se ou possuir-se, sem licença do Santo Ofício, as edições da Bíblia em língua vulgar.” Em 1816, Pio VII emitiu um documento em que chamava as traduções vernáculas da Bíblia de “a mais astuta das invenções, pela qual se abalam os fundamentos da religião e se levam os fiéis a beberem nessas fontes o letal veneno.”

Alguns anos depois da declaração peçonhenta de Pio VII, o papa Gregório XVI tachou a hipótese de uma eventual liberdade de consciência humana como “idéia monstruosa e absurda”. Só para arrematar essa diminuta amostragem de prepotência papal, quero citar uma, apenas uma das pérolas que compõem o rosário de petulâncias da “Súmula de Erros” emitida pelo papa Pio IX, no ano não tão distante assim de 1864: “Os princípios de filosofia, ciência moral e as leis civis podem e devem ser feitos para se curvarem às autoridades divinas e eclesiásticas.” Pronto, acho que já é suficiente. Voltemos a respirar. Mesmo porque agora já temos permissão para isso, conforme estabelece o cânone nº 1.536 do Concílio Vaticano II (1962-1965): “Este Sínodo Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa.” Que bom, não?

Falsos Papas – Fatos Obscuros**

79 - 90: Anacleto (ou Cleto)
Tinha uma prostituta como amante, cometeu incesto com a irmã e alguns outros parentes femininos; violentava freiras.
366 - 384: Dâmaso I
Assassinou seus rivais ao Papado. Julgado por adultério em 378, perdoado pelo Imperador.
432 - 440: Sisto III
Julgado por estuprar uma freira, mas foi liberado por não haver testemunhas...
904 - 911: Sérgio III
Gostava de sexo com meninas menores de idade. Quando tinha 45 anos, sua amante contava com apenas 15 anos de idade.
936 - 939: Leão VII
Morreu de ataque cardíaco enquanto fazia sexo
955 - 964: João XII
Ateu, bisexual, invocada o demônio durante o sexo, castrou um cardeal, morto pelo marido irado da mulher com quem ele estava copulando.
965 - 972: João XIII (João de Nardi)
Enforcou um prefeito com seu cabelo, deflorou a própria sobrinha, morreu como seu pai, João XII, morto pelo marido irado da mulher com quem ele estava copulando.
1033 - 1046: Bento IX (Teofilato de Túsculo)
Assassino, acreditava em bruxaria, praticava bestialismo, promoveu selvagens orgiais bisexuais, casou com a própria prima e então vendeu o papado.
1484 - 1492: Inocêncio VIII (Giovanni Battista Cibo)
Pai de diversos filhos
1294 - 1303: Bonifácio VIII (Bento Gaetani)
Conquistou o Papado assassinando seu predecessor, Celestivo V. Ateu, homossexual, julgado por heresia, estupro, sodomia e comer carne durante a Quaresma
1342 - 1352: Clemente VI (Pierre Roger de Beaufort)
Dúzias de amantes
1410 - 1415: João XXIII (Baldassare Cossa)
Começou carreira como pirata. Conseguiu o papado com a força das armas. Foi acusado de pirataria, assassinato, sodomia, estupro e incesto.
1458 - 1464: Pio II (Enea Silvio de Piccolomini)
Escrevia literatura erótica. pai de 12 filhos
1464 - 1471: Paulo II (Pietro Barbo)
Morreu enquanto estava sendo sodomizado por um pajem
1471 - 1484: Sisto IV (Francesco della Rovere)
Teve seis filhos ilegítimos, fazia sexo com a irmã e iniciou a Inquisição Espanhola.
1492 - 1503: Alexandre VI (Rodrigo de Bórgia)
Cometeu o primeiro homicídio aos 12 anos. Pai de diversos filhos
1503 - 1513: Júlio II (Giuliano della Rovere)
Pedófilo, fazia sexo com garotinhos e freqüentava prostitutos.
1513 - 1521: Leão X (Giovani de Medici)
Homosexual, tão corrupto que inspirou Lutero a escrever suas 95 teses.
1534 - 1549: Paulo III (Alessandro Farnese)
Envenenou a mãe e a irmão, mantinha uma relação incestuosa com a própria filha, matou cardeais por causa de uma discussão teológica, foi o maior cafetão de Roma, com 45 mil prostitutas trabalhando para ele e pagando tributos.
1550 - 1555: Júlio III (Giovanni Maria del Monte)
sodomizava garotinhos, mantinha relações com o próprio filho ilegítimo, escreveu para ele o poema "em louvor à sodomia".

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