Congratulações ao Casal Real William e Kate!

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terça-feira, novembro 03, 2009

O Dia de Finados


*Tradicionalmente no Dia de Finados à epoca em que morava no interior amazonense, tendo em vista que fica mais acessível a visita ao cemitério pelo fato de poder ir a pé, geralmente pela manhã e bem cedo, eu e meu querido Pai íamos todos os anos e com frequencia rezar e acender velas a iluminar as suas boas almas dos entes amáveis e amigos pessoais, os quais atenderam ao chamado de Deus Pai para habitar as suas moradas celestiais - nos deixando longas e sofridas saudades pela ausência física e presença em nossa família. No retorno ao nosso sagrado lar, era inevitável depois de nos emocionarmos com aquela cerimônia tão funesta, pararmos em algum boteco e tomar uma água ou refrigerante para amenizar o forte calor amazônico. Depois seria indispensável se relaxar tomando alguma bebida alcoólica e ouvir as músicas de artistas saudosos que deixaram suas vozes gravadas no coração e na memória de todos. Ontem, não foi diferente para mim, uma vez que me sentí impulsionado pela vivência de um passado recente, agora sem o meu Pai a nos fazer felizes com a sua agradável presença, pus a ouvir as músicas de artistas, dentre muitos e selecionados, que me marcaram momentos memoráveis a citar: Nélson Gonçalves, Altemar Dutra, Paulo Sérgio, Evaldo Braga, Leandro(irmão de Leonardo - dupla sertaneja), a trilha sonora do Cassino do Chacrinha e outros nomes do nosso cancioneiro popular brasileiro. Quantas alegrias fizeram ao meu coração sofrido e amargurado pela realidade da morte que acometerá aos que amam viver!


O NASCER PARA O ALÉM...
Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.
Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
Essa gente empurrando a vida.
Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.
E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los. De retroceder no tempo e segurar a vida. Ausência: - porque não há formas para se tocar.
Presença: - porque se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável.
Essa saudade machucando o coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez. Esse céu azul e misterioso.
Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram para o além deixando este vazio inconsolável.
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos. Sentimos, quando mergulhados em oração, o
ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir. Essa vontade de rever novamente aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias.
Essa prece que diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...
E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir. Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós.
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade.
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!

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