Confesso com orgulho que passei mais de 1/3 da minha vida, navegando em águas amazônicas de diversas matizes (rios Solimões, Japurá e Negro). Sentí a brisa fresca e perfumada das matas selvagens ao anoitecer e o frio intermitente com vento constante e que "teima e provoca" para que busquemos um agasalho. em contraste com a forte temperatura quente e úmida ao longo do dia, naquele emaranhado de redes tão habitual nas Linhas de Recreio, que fazem o roteiro das estradas de rios aos Municípios Amazonenses. A começar pela minha adorável infância na Cidade de Coari-AM (por isso me considero um autêntico COARIOCA), cresci indo aos famosos e divertidos piqueniques, na companhia de meus festivos pais, na Praia do Jurupari, da Freguesia e demais praias de areias branquinhas e suculentas, que pareciam talco ao caminhar. E nesses passeios costumeiros, levávamos peixes, carnes e as comidas necessárias para um verdadeiro almoço á beira do rio, onde as fogueiras eram feitas dos gravetos e transformados em forquilhas, ressequidos e secos pelo verão inclemente e bronzeável, facilmente encontrados ao redor daquele local paradisíaco! Mas retomando ao tema pessoal que retrata as nossas "Sagradas Águas Amazônicas", à época que meu Pai foi Prefeito do vizinho Município de Maraã (1983/198), adquirimos um pequeno barco-iate, semi-novo-e-usado, denominado de Guarany - motor Yamaha de 114hp, meio toldo, aconchegante e veloz, então comprado como "galinha-morta" de um amigo pessoal paterno. A partir daquela nossa embarcação-turística, aí sim, finalmente, podíamos, singrar aquelas águas à proa do Guarany, tendo meu amado Pai como um profundo e expert conhecedor do "mundo das máquinas", desde sua manutenção, consertos eventuais e o tradicional conhecimento para as nossas longas, animadas e as vezes tediosas viagens... Não precisa dizer que, o nosso Guarany, foi essencial para o bom aproveitamento administrativo de nossa gestão naquelas longíquas terras à margem do majestoso Rio Japurá, ora servindo como o nosso principal meio de transporte da comitiva e família do Prefeito Manoel Soares, além de ter sido usado a fim de transportar gratuitamente o povo ribeirinho da zona rural, levando implementos agrícolas e merenda escolar ás escolas municipais, e tenho um roteiro que fazia escala nas centenas de comunidades e quilométricas distâncias, só mesmo podendo ser descrita por quem vivenciou em carne e osso e, sentiu, na pele,o isolamento daquelas famílias-indígenas-típicas daquela região, extremamente hospitaleiras, pacíficas e boas de coração-e-alma! Creio que levamos um pouco da civilização e outros costumes, sem jamais "agredir" o modo de viver e o jeito nômade e encantador pelo ficamos todos adaptados naturalmente, com exceção das incômodas pragas de insetos tais como o "carapanã" selvagem e as "mutucas" sanguinárias, sendo estas que mais me atormentaram sendo alérgico as suas terríveis e coceirentas picadas. Após o longo mandato de 06(seis0 anos de meu pai como mandatário, retornamos à nossa aprazível e bucólica Coari, onde permanecemos de 1988 a 1995. MENSAGEM: "A vida é louca; a vida é uma sarabanda e um corrupio... A vida multipla dá-se as mãos como um bando de raparigas em flor e canta em torno a ti: como sou bela." (Mário de Andrade Quintana)
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